Cubanos fogem de cooperação
firmada entre Caracas e Havana
No ano de 2013, aumentou em
60% (em relação a 2012) o número de cubanos que chegaram aos Estados Unidos
fugindo dos programas sociais que executavam na Venezuela. Esse contingente de
3 mil refugiados registrados em 2013 é composto preponderantemente por médicos.
Em território americano, até o
ano passado, havia em torno de cinco mil médicos e enfermeiras cubanas
refugiados de todo o mundo. Até 1º de dezembro de 2013, o número subiu para 8
mil, 98% dos quais provenientes da Venezuela.
Os dados foram revelados pelo
médico Julio César Alfonso, presidente da Solidariedade Sem Fronteiras
(Solidaridad Sin Frontera - SSF), uma organização com sede em Miami, que presta
ajuda aos médicos cubanos que buscam fugir dos programas sociais que Havana
vende como "economia de serviços" por todo o mundo.
Em toda a extensão da
Venezuela está o maior contingente de profissionais de medicina cubana
prestando serviço, graças ao convênio de cooperação firmado entre Caracas e
Havana em 2003.
Até 2012, 44.804 cubanos
prestavam serviços nas sete missões sociais que começaram em 2003, segundo o
último número oficial.
"Em 2012 tínhamos cinco
mil profissionais de medicina refugiados nos Estados Unidos com ajuda federal,
mas a quantidade disparou no decorrer de 2013, chegando a 8 mil médicos, 98%
dos quais fugiram da Venezuela porque as condições são cada vez piores nesse
país", adverte Alfonso.
"A maioria dos cubanos
saiu por conta dos baixos salários que recebia; além disso, o pagamento não
chega a tempo e aumentou a carga de trabalho nos respectivos módulos de Barrio
Adentro e CDI de todo o país, o que muitos denunciam como um sistema de
escravidão moderna", diz o administrador da SSF.
"Pagam diretamente aos
médicos cerca de 300 dólares, mas ao Estado cubano a Venezuela paga em média 6
mil dólares por cada profissional, ou seja, eles não recebem nem 10% dos
benefícios econômicos", reclama Alfonso.
Estes profissionais, como todo
cubano que presta missão no exterior, podem pedir visto americano por meio do
programa Cuban Medical Professional Parole Program (CMPP), que data do ano
2006.
Depois de pedir ajuda à
Embaixada dos EUA em Caracas, o principal ponto de partida dos cubanos continua
sendo via Colômbia rumo aos EUA, embora o Brasil esteja se tornando outra rota
de trânsito para a libertação dessas pessoas.
Continua sendo exigido dos
médicos que apresentem altos registros de pacientes examinados para em seguida
elaborar informes, muitos destes com dados adulterados que não correspondem com
documentos, nome do paciente ou condição.
"Isto é necessário para
que Cuba possa mostrar relatórios positivos ao Estado venezuelano",
explica Alfonso.
Fonte: El Universal / CRM-PR
(tradução CRM-PR) / edição CFM
Nenhum comentário:
Postar um comentário