sábado, 19 de dezembro de 2015

MÉDICOS EXIGEM PAGAMENTO EM DIA!

Geral - Pagamento em dia é solução Folha da Manhã Online



Pagamento em dia é solução

Sem dinheiro, hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de contratualização à Central de Regulação da secretaria de Saúde de Campos, permanecem sofrendo com os resultados dos constantes atrasos nos repasses das verbas federais e municipais referentes a procedimentos realizados feitos pela Gestão Plena da Prefeitura. No último dia 24, o Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA) suspendeu variados procedimentos cirúrgicos. As causas seriam “dificuldades de caixa”. A suspensão ocorreu um mês após outra interrupção nos serviços médicos do SUS quando a junta interventora responsável pela administração da Santa Casa de Misericórdia, devido a possíveis atrasos.
Os problemas financeiros das unidades conveniadas aparentemente estão longe do fim. Sem salários há oito meses, agora são os médicos que ameaçam paralisar os serviços caso a dívida não seja quitada nos próximos dias. Na noite dessa sexta-feira (18), profissionais do setor se reuniram em uma assembléia geral extraordinária na sede do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), com o intuito de definir novas diretrizes em favor da pontualidade na remuneração dos profissionais do setor.
De acordo com o presidente do Simec, José Roberto Crespo, os atrasos nos repasses se arrastam por vários anos. No entanto, teria agravado em 2015. Segundo ele, os profissionais estão a cada dia mais desmotivados e propensos a abandonarem seus postos de trabalho.
— A única solução é executar o repasse da verba dos procedimentos realizados diretamente do fundo nacional de Saúde para as contas dos médicos. É preciso ser pontual — disse.
Para o coordenador geral do Centro de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia, Manoel Corraes Neto, para que os problemas de atrasos nos pagamentos dos médicos bem como as dificuldades financeiras vivenciadas pelos hospitais sejam solucionados seria necessário um encontro de contas entre a Prefeitura e as unidades hospitalares contratualizadas. “Desta forma é possível que as coisas cheguem ao 0 a 0”, disse.
Secretário garante repasses federais do SUS
Em recente entrevista à Folha, o secretário de Saúde e presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Geraldo Venâncio, garantiu que os repasses referentes às verbas federais do SUS seriam pagos aos hospitais contratualizados em até o segundo dia útil a partir do recebimento da soma pelo fundo municipal.
— Este é um compromisso meu com os hospitais. Sob o ponto de vista burocrático, o recurso chegou você fazer toda a conferência no fundo municipal, e firmar o pé, garantindo que o pagamento irá ser executado sem cortes. Este compromisso com relação ao recurso federal está sendo cumprido — disse.
Debate — Nessa sexta, o presidente da Comissão de Defesa de Saúde da Câmara Municipal de Campos, Paulo Hirano, se reuniu com outros vereadores, para discutir atraso dos repasses de verbas federais para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a assessoria da secretaria de Saúde, o Ministério da Saúde não depositou cerca de R$ 9 milhões na conta do Fundo Municipal de Saúde previstos para este mês.
— O problema implica em dificuldades na execução de ações e de serviços de saúde em todo o país. A falta de repasse desse nível repercute em toda assistência pública do país e, principalmente em nossa cidade. Estamos atentos a esse processo e nos reportaremos aos canais competentes, como o Conselho Estadual das Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) e Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Não podemos ficar calados e vamos pedir um posicionamento ao governo federal — afirmou Paulo Hirano.
(M.P.)
19/12/2015 12:12

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ASSEMBLEIA GERAL DIA 18/12/2015 (SEXTA-FEIRA) - ATRASO DOS PAGAMENTOS DO SUS NA REDE CONVENIADA.

SINDICATO DOS MÉDICOS DE CAMPOS
        FILIADA À FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS
CNPJ- 30.405.708/0001-93
    SEDE: Av. Alberto Torres, 205 – Tel/Fax: 2723-2593 – 2724-2664 – 99780-2589
Blog : http://simec-simec.blogspot.com
Campos dos Goytacazes-RJ

 EDITAL DE CONVOCAÇÃO


            O Sr. Presidente do Sindicato dos Médicos de Campos dos Goytacazes, no uso das atribuições que lhe são conferidas, convoca os senhores Diretores e associados, em pleno gozo de seus direitos sindicais para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 18 de  dezembro de 2015 (sexta-feira), às 19h30min. em primeira convocação, ou às 20h em segunda convocação com qualquer número de associados no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia situado a Av. Alberto Torres, 205- altos, para a seguinte ordem do dia:
A)    Discutir a situação dos médicos prestadores de serviço ao SUS na rede conveniada;
 B) Assuntos Gerais.
                               Campos dos Goytacazes, 15 de dezembro de 2015.


Jose Roberto Crespo de Souza
Presidente do SIMEC





sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Geral - Em coletiva, sindicato aponta falta de pagamento dos médicos Folha da Manhã Online

Geral - Em coletiva, sindicato aponta falta de pagamento dos médicos Folha da Manhã Online



Em coletiva, sindicato aponta falta de pagamento dos médicos

Jhonattan Reis
Fotos: Genilson Pessanha
“Médicos receberam salários pela última vez referentes a abril”. A informação é do presidente do sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, que concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (11). Seriam mais de 60 profissionais na situação apenas nas Unidades de Terapia Intensiva (UITs) das instituições. Na coletiva, foi indicado que a Prefeitura estaria devendo cerca de R$ 12 milhões à Santa Casa e R$ 5 milhões à Beneficiência. Uma assembleia está marcada para a próxima sexta-feira (18), para definir os próximos passos da categoria, que chegou a falar em suspensão de serviços, segundo o sindicato.
— Precisamos denunciar que até hoje não se resolveu nada em relação aos repasses dos pagamentos dos profissionais médicos dos hospitais conveniados. Os atrasos continuam. Os profissionais trabalham e não recebem, sendo que também não há previsão pra isso. Não vemos interesse do sistema público e nem das instituições hospitalares em resolver a situação. Sabemos que existe uma crise na saúde brasileira, mas Campos é um município diferenciado, pois tem royalties há 20 anos. Isso acontece por faltas de visão, investimento e compromisso. A saúde é cara, mas é prioridade — disse José Roberto, ressaltando que “o último repasse feito aos médicos foi feito no último dia 30 de novembro, referente a abril de 2015”.
De acordo com o vice-presidente do sindicato, Ezil Batista Reis, seriam mais de 60 profissionais nessa situação somente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Essa é a área que eu trabalho. Ainda tem os plantonistas da pediatria, de obstetrícia, clínica, admissão dos hospitais e vários outros. A maior parte dos médicos que trabalha por Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA) está com os salários atrasados”, disse ele, que afirmou, ainda, que na assembleia “o sindicato irá denunciar a situação, os contratos rompidos e alertar a população que há a possibilidade de UTIs, clinicas e enfermarias deixarem de receber doentes e parar de funcionar”.
Ainda segundo Ezil, teria sido combinado, este ano, que, “com a contratualização, o pagamento passaria a ser feito direto na conta do médico, o que não ocorreu”. “Os plantonistas estão há três meses sem receber. Isso vai acabar influindo nas filas de hospitais como Ferreira Machado e HGG. Os médicos querem receber tanto seus salários atuais quanto os atrasados. A categoria não aguenta mais trabalhar de graça”, disse.
Por meio de nota, a Superintendência de Comunicação disse que "a Prefeitura repassou, este ano, mais de R$ 125 milhões aos hospitais contratualizados. Desde 2010, foram pagos quase R$ 841 milhões. Novos pagamentos estão previstos para acontecer nos próximos dias. Caso haja discordância dos valores pagos, cabe ao hospital apresentar recurso junto à Secretaria de Saúde, de modo que se possa avaliar e auditar a existência de possíveis pendências".

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

FENAM sensibiliza parlamentares para aprovação das bandeiras de lutas dos médicos

FENAM sensibiliza parlamentares para aprovação das bandeiras de lutas dos médicos


Encontro com o Relator Setorial de Saúde na Comissão Mista de Orçamento é resultado de intenso trabalho da Comissão de Assuntos Políticos (CAP-FENAM) 

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Foto: Valéria Amaral 

03/12/2015

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Otto Baptista, fez uma intensa mobilização com os parlamentares no Congresso Nacional nesta quarta-feira (2), em Brasília, para a aprovação da Lei Orçamentária (PLN 05/15) para o próximo ano, que garantem mais recursos para a área da saúde, em 2016.

Os trabalhos iniciaram com reunião no gabinete do Relator Setorial de Saúde na Comissão Mista de Orçamento, deputado João Arruda (PMDB-PR), que redobrou os esforços e conseguiu fechar acordo para destinar mais R$ 7,3 bilhões para a saúde, que até então somavam R$ 100,2 bilhões. “Essa era uma previsão “enxuta”, com o risco de paralisar, a partir de julho de 2016, os serviços de Média e Alta Complexidade (MAC), como transplantes, SAMU e internações no Sistema Único de Saúde”, alertou o deputado federal.

Corpo-a-corpo no Congresso Nacional

Os diretores da FENAM fizeram um corpo-a-corpo no Plenário do Congresso Nacional, durante a Sessão Mista para sensibilizar os deputados e senadores para a aprovação da PLN 05/15 e pela criação da Carreira Médica (PEC 454), que está prestes a ser colocada em pauta para votação.

“Nós tivemos a oportunidade de ter um encontro inédito com vários parlamentares e colocar a nossa preocupação com o orçamento da saúde, com o retorno da gratificação dos médicos federais, Carreira Médica e greve dos peritos”, afirmou o presidente da FENAM.

“A agenda foi suprapartidária, procurando focar nas lideranças mais importantes do Congresso que tem tido uma preocupação com a agenda dos médicos. Nós contribuímos para que fosse fechado o orçamento da Saúde, e discutimos com o ex-ministro e senador Garibaldi Alves para encontrar uma solução para o impasse criado entre os médicos peritos e o INSS. O senador se dispôs a mediar o conflito”, relatou o Secretário de Comunicação, Jorge Darze.

Outro assunto importante em destaque foi a conversa com a presidente da Comissão Mista de Orçamento, a senadora Rose de Freitas (PMDB/ES), que reafirmou a garantia a inclusão na LDO de 2016 a previsão orçamentária para retorno da gratificação dos médicos federais. “Nós procuramos buscar os encaminhamentos para a aprovação das principais bandeiras de luta da FENAM”, afirmou o Secretário-Geral, Mário Ferrari.

O resultado é fruto de intenso trabalho da Comissão de Assuntos Políticos, do diretor de Assuntos Jurídicos, Eglif Negreiros.

Fonte: Valéria Amaral 

sábado, 14 de novembro de 2015

Geral - Medicos continuam sem receber Folha da Manhã Online

Geral - Medicos continuam sem receber Folha da Manhã Online



Medicos continuam sem receber

Marcus Pinheiro
Foto: Genilson Pessanha
“A classe médica não aguenta mais a falta de compromisso do governo municipal com a Saúde em Campos”. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, sobre os atrasos nos salários dos médicos que atendem aos hospitais da rede contratualizada do município, que estariam ocorrendo em face de cortes e atrasos nos repasses municipais e federais feitos pela Prefeitura. O mesmo caso foi motivo de uma audiência, realizada em junho. O juiz Ralph Manhães, da 1ª Vara Cível, fez diversas determinações em favor da categoria que estava há cinco meses sem remuneração. No entanto, segundo o presidente do SIMEC, estas não estariam sendo cumpridas.
— A situação dos médicos é complicada e está ficando insustentável. Este cenário necessita de forma urgente ser alterado, os médicos não podem continuar bancando todo o sistema de saúde como ocorre há tempos em Campos — declarou Crespo. Segundo o presidente do Simec, o último pagamento aconteceu em setembro. “Este repasse foi referente ao mês de março, e já estamos em novembro. Este dado comprova o tormento vivido por nós médicos”.
Caso a Prefeitura não se posicione através da secretaria de Saúde nos próximos 15 dias, o presidente do Simec sinalizou que haverá um chamamento de toda a categoria para que, em assembleia, seja decidido o futuro do atendimento nas unidades contratualizadas.
Em nota, a secretaria de Saúde informou que os pagamentos dos médicos concursados, que atuam nas unidades da rede municipal, são feitos sempre em dia pela Prefeitura. Quanto à relação de trabalho entre os médicos e as instituições particulares contratualizadas, essa é uma questão interna das mesmas. Portanto, a responsabilidade de pagar os médicos não seria da Prefeitura. “A relação de contratualização com essas unidades visa a oferta de serviços. A secretaria de Saúde repassou às unidades, este ano, mais de R$ 112 milhões em recursos. Na próxima semana, novo pagamento será efetuado”, relatou a nota.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

NOTA DE REPÚDIO

SINDICATO DOS MÉDICOS DE CAMPOS
FILIADA À FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS
CNPJ- 30.405.708/0001-93
SEDE: Av. Alberto Torres, 205 Altos – Tel/Fax: 2723-2593 – 2724-2664 –
Blog : htt://simec-simec.blogspot.com

Campos dos Goytacazes – RJ


NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Médicos de Campos REPUDIA, de forma veemente a atitude desrespeitosa, desqualificada e afrontosa com que o Conselheiro membro do Conselho Municipal de Saúde, Estevão Souza de Azevedo, tratou o médico Dr. Diogo Neves, no último dia 20, onde a ele foram dirigidas ofensas graves atingindo a sua honra e o seu desempenho profissional. O profissional médico faz parte do Serviço de Oncologia do Hospital Dr. Beda, atendendo vários pacientes de alta complexidade e lutava pelos direitos destes continuarem sendo tratados neste hospital.

O Simec subscreve a presente nota por considerar grave a conduta do conselheiro, que precisa ser apurada pelas autoridades competentes, colocando-se a disposição do citado médico na defesa dos direitos previstos na legislação. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

CONVITE DIA DO MÉDICO

Convite

Dia do Médico


O Sindicato dos Médicos de Campos, a Unicred Campos e a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia
Convidam para as


Comemorações do
Dia do Médico

Programação:

Dia 16 de outubro de 2015 – Sexta-Feira

19h30 – Lançamento do Livro: “A SFMC, tem Ouro, Ametista e até Diamante: Médicos com mais de 50 anos de formado fazem história”.
Local: Área de Lazer da SFMC
Apresentação Musical
Noite de autógrafos
Coquetel
      
Dia 18 de outubro de 2015 – Domingo

12h – Churrasco de confraternização no Rancho da Ilha
Apresentação Musical Banda Cântarus
19h30 – Missa em Ação de Graças pelo dia do Médico
Local: Santuário Nossa Senhora Perpétuo Socorro (Convento)


Obs: A retirada do convite para o churrasco será até o dia 15 de outubro na sede do SIMEC e da SFMC no horário das 09 às 17 horas.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

CFM: FINANCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA: PARTICIPAÇÃO FEDERAL NAS CONTAS DO SUS DIMINUI.

FINANCIAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA: PARTICIPAÇÃO FEDERAL NAS CONTAS DO SUS DIMINUI.
Qui, 23 de Julho de 2015 12:09



Corte de R$ 12 bi nas contas da Saúde pode contribuir com o desmonte da assistência oferecida na rede pública

O ajuste fiscal no Orçamento Geral da União pode levar o Governo Federal a participar ainda menos do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a previsão de especialistas a partir da confirmação do corte de aproximadamente R$ 12 bilhões nos recursos previstos para a saúde em 2015. Nos últimos sete anos, enquanto estados e municípios aumentaram suas despesas públicas com saúde em 49,4% e 71,6%, respectivamente, a União cresceu apenas 40,4%, o que puxa para baixo o crescimento do conjunto da despesa pública no período, 51,3%.Para o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, a contabilidade das perdas sugere que, em 2015, a Saúde deve permanecer distante do foco de prioridades do gover-no. “O país assistirá estarrecido ao retrocesso ainda maior na presença pública da cobertura de despesas e investimentos com saúde. Como tem feito ao longo dos últimos anos, o CFM persistirá na observação do destino destas verbas. Não obstante, a execução dessa tarefa precisa ser feita por todos os cidadãos, em particular por aqueles 150 milhões dependentes do SUS, posto que cada centavo retirado desse orçamento pode significar perda da dignidade, da saúde e da vida”, declarou.




Dados corrigidos pelo IPCA/IBGE / Fonte: SIOPS, ANS e IBGE

Em 2014, segundo estimativa do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (Idisa), o gasto público total com ações e serviços de saúde atingiu R$ 216,2 bilhões, o equivalente a 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano – bem inferior à média internacional de 5,5%. Além disso, a parcela das despesas privadas (planos de saúde, medicamentos e gastos diretos das famílias) se manteve superior aos gastos públicos, como em anos anteriores, somando R$ 231,9 bilhões.

Historicamente, municípios e Estados têm ampliado sua participação no total do gasto público, especialmente a partir dos anos 2000, com o estabelecimento da Emenda Constitucional nº 29, que estabeleceu a vinculação de recursos às suas receitas (12% para Estados e 15% para municípios).

Impacto – “De forma concreta, o Ministério da Saúde contará, neste ano, com um orçamento inferior ao ano de 2014. Não podemos admitir o discurso de que nada será alterado, à medida que os números são claros e objetivos. Lamentamos que o governo federal, mais uma vez, insista em contribuir ao desmonte do nosso importante direito universal à saúde”, destacou Áquilas Mendes, coautor do estudo do Idisa e professor livre-docente de Economia da Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo Mendes, “o ajuste afetará consideravelmente os investimentos fundamentais para a ampliação imediata de serviços ambulatoriais e hospitalares e prejudicará a implantação das Redes de Atenção à Saúde em todas as regiões dos estados brasileiros, impactando a prestação de ações assistenciais e sanitárias disponibilizadas a toda a população”.

Fonte: Jornal Medicina edição nº 245 (acesse aqui)
EDIÇÃO Nº 245 - JUNHO/2015 - Jornal Medicina - MavenFlip

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Geral - Saúde: conciliação contra caos Folha da Manhã Online

Geral - Saúde: conciliação contra caos Folha da Manhã Online

Saúde: conciliação contra caos

Marcus Pinheiro
Fotos: Valmir Oliveira 
Novos rumos na saúde pública do município foram traçados na tarde de quinta-feira (16) em uma audiência de conciliação, comandada pelo juiz da 1ª Vara Cível do município, Ralph Machado Manhães Júnior, junto com o promotor da 1ª Promotoria de Tutela Coletiva de Campos, Leandro Manhães, e representantes da Prefeitura de Campos, na qual foram discutidos planos de solução para os problemas da saúde no município. A ação movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE) ocorreu no auditório da 2ª Vara de Família, do Fórum Maria Teresa Gusmão, em Campos, e finalizou com acordo entre as partes.
Após cerca de quatro horas, na tentativa de conciliar os hospitais, categoria médica e poder público, através de ponderações e embates, com a finalidade de minimizar o caos instalado na saúde pública do município, diversas definições foram encaminhadas. Ficou decidido que os valores referentes às verbas de complementação da tabela do SUS serão repassados pelo município, mensalmente, aos estabelecimentos hospitalares até o dia 30 de cada mês, decisão válida a partir deste mês até nova contratualização, prevista para o início do mês de outubro deste ano, quando será instalado de forma efetiva o novo Plano Operativo Anual do município (POA).
Quanto às verbas de repasse do SUS (Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde) aos hospitais, ficou acordado no encontro que o prazo será de cinco dias úteis contados a partir da ordem bancária às contas município. Para garantir a pontualidade no pagamento dos salários dos médicos de cada estabelecimento, as entidades hospitalares presentes se comprometeram a executar a remuneração no prazo máximo de cinco dias úteis, após o efetivo recebimento dos valores repassados pelo poder público.
A ação teve como réus o secretário de Controle Orçamentário e Auditoria, Suledil Bernardino; o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Geraldo Venâncio; além do secretário de Saúde, Dr. Chicão, que também é vice-prefeito; do secretário de Fazenda, Walter Jobe; e da prefeita Rosinha Garotinho, que não compareceu à sessão. Ainda estiveram presentes na audiência o subsecretário de Administração, Sebastião Campista, e o procurador geral do município, Matheus da Silva José.
Já em prol da defesa dos direitos das unidades hospitalares privadas conveniadas à rede pública assistidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se posicionaram os interventores da Santa Casa de Misericórdia e os diretores do Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), do Hospital da Beneficência Portuguesa, do Hospital (Psiquiátrico) Abrigo João Viana e do Hospital (Psiquiátrico) Henrique Roxo. Em defesa da classe médica, o presidente do Sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo de Souza, enfatizou a necessidade de regularização das pendências nos repasses federais e municipais.
Verba limitada traz clima de apreensão
Com verba limitada em R$ 3 milhões por mês, para a complementação da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que atualmente é dividida conforme os procedimentos realizados por todas as entidades conveniadas, representantes dos hospitais se mostraram apreensivos, por receio de que o valor não seja suficiente para cobrir os gastos gerados pela demanda de atendimentos no município.
O presidente do Hospital Plantadores de Cana (HPC), Frederico Paes, chegou a declarar que a verba de complementação municipal, alcançaria 50% da receita da unidade. “Sem este valor nenhuma entidade filantrópica sobrevive. Se morrer uma pessoa no hospital hoje, que eu não tenho dinheiro para comprar, quem é o responsável?”, indagou o presidente.
Em virtude da insatisfação por parte dos representantes das unidades hospitalares, foi decidido que o valor que ultrapassar o teto definido pela Prefeitura, até a nova contratualização, que deverá ocorrer no próximo mês de outubro, será exigido através de cobrança administrativa com o prazo de 45 dias para a decisão do município, sobre este requerimento, e o pagamento a entidade hospitalar solicitante em até 10 dias úteis.
Novo encontro será na próxima segunda
Seguindo os acordos de resolução entre o poder público municipal e as entidades da rede conveniada ao SUS, previstos na audiência de quinta, na próxima segunda-feira (22), os representantes dos hospitais Abrigo Dr. João Viana e Henrique roxo, se reunirão com membros da secretaria de Saúde, secretaria de Fazenda e de Controle, para discutirem e resolverem a melhor forma de pagamento dos saldos atrasados, determinando um prazo máximo de 10 dias para a compensação.
De acordo com as deliberações da audiência, as reuniões ocorrerão durante toda a semana, em dias alternados, nas mesmas condições, na sede da secretaria de Saúde.
17/07/2015 11:00

sábado, 11 de julho de 2015

Geral - Sindicato dos Médicos recebido por representantes da Prefeitura Folha da Manhã Online

Geral - Sindicato dos Médicos recebido por representantes da Prefeitura Folha da Manhã Online



Sindicato dos Médicos recebido por representantes da Prefeitura

Anunciados os novos vilões da crise na saúde pública do município de Campos. Após decisão do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), que determinou, no início da noite desta sexta-feira (10), o encerramento do estado de greve da categoria, iniciado na última quarta-feira (08), representantes do governo municipal responsabilizaram a gestão das entidades hospitalares privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), pelos atrasos nos salários dos médicos, que já se arrastariam por quase um ano. “Os atrasos têm ocorrido por responsabilidade por parte dos hospitais”, informou a nota emitida pela Superintendência de Comunicação do município.
O presidente do Simec, José Roberto Crespo, acompanhado do seu vice, Ezil Reis, e integrantes da classe médica, estiveram presentes no auditório do centro administrativo José Alves de Azevedo, sede da Prefeitura, em uma audiência a portas fechadas com o secretário de governo Anthony Garotinho, e outros membros da cúpula municipal, que culparam os hospitais pela má gestão do dinheiro público.
Dentre os principais pontos da pauta estavam à má gestão dos valores do Ministério de Saúde, para cumprir o pagamento dos salários dos médicos, que estariam sendo utilizados indevidamente pelas unidades, gerando atraso na liberação das devidas remunerações. “Viemos abrir um canal de diálogo, e acredito que estamos no caminho da solução. De acordo com as afirmações que recebemos esta noite, os salários estarão sendo regularizados dentro de 30 dias, no máximo. É a nossa hora de dar um voto de confiança a Prefeitura”, afirmou Crespo.
Na reunião, ainda foi discutida uma nova forma de pagamento, onde os repasses seriam feitos através de transferências diretas das contas vinculadas à prefeitura, aos profissionais, excluindo assim a gestão das entidades no processo de distribuição salarial por procedimentos já executados. No entanto, esta alteração consensual, deverá passar pelos diretores e administradores das entidades.
Em nota, a superintendência de comunicação informou que a prefeitura estaria em dia com os repasses das verbas do SUS aos hospitais privados e que estaria seguindo o cronograma de pagamentos das parcelas municipais.




(M.P.)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A (perigosa) Cultura do Pronto Socorro SBP

ARTIGO DO PROFESSOR JAYME MURAHOVSCHI QUE SE APLICA A TODOS OS MÉDICOS E PACIENTES QUE PROCURAM O PRONTO SOCORRO.



A (perigosa) Cultura do Pronto Socorro SBP

Para o pediatra refletir e orientar seus pacientes

Dr. Jayme Murahovschi
Há 50 anos atrás, praticamente não existiam pronto-socorros pediátricos. Em caso de emergência ou quando as condições não permitiam levar o doente ao consultório, o médico era chamado para uma consulta a domicílio. Geralmente o médico atendia o chamado após o horário do consultório e não eram raras as visitas já tarde da noite ou até de madrugada. Os mais velhos conhecem pessoalmente e os jovens ouviram falar de médicos lendários que ficavam na casa do paciente em longas conversas sem pressa que começavam com uma toalha limpa para enxugar as mãos e terminavam com um cafezinho caprichado.
Aí surgiram os pronto-socorros, ao mesmo tempo que o trânsito nas grandes cidades se transformava num complicador para as visitas a domicílio.
O PS pediátrico presta grandes serviços, mas nos últimos anos está havendo uma (perigosa) distorção do uso desse serviço. O que era (e é) apenas para atender emergências está sendo utilizado como recurso para consultas pediátricas comuns. E essa nova e perigosa “cultura do pronto-socorro” contaminou todas as camadas sociais, tanto as menos favorecidas como até as de melhor nível sócio-econômico. Hoje é comum o plantonista atender tosses de 2 semanas de duração, asma fora de crise, resfriados e faringites comuns. E se a criança não melhora… a família volta ao PS (o mesmo ou outro) mas sempre atendido por um plantonista diferente… Qual o problema? Mesmo sendo um excelente médico, o plantonista nunca viu, não conhece as características da criança e vai ter que receitar para esse paciente, o qual provavelmente nunca mais verá.
Talvez para agradar o paciente, vê-se receita de 14 dias de antibiótico para uma sinusite. É errado? Não necessariamente. Mas como essa criança vai tomar antibiótico durante todo este tempo sem que se faça uma revisão no meio do tratamento?
Qual a explicação para essa “cultura do PS”?
Em primeiro lugar, provavelmente um certo comodismo da sociedade atual que prefere ir a um lugar que atende as 24 horas do dia. Mas essa comodidade, não raro, custa caro, com espera prolongada na sala de espera.
Outros dizem que fica mais fácil para fazer exames de laboratório. Mas exatamente por essa facilidade e aliado ao fato do plantonista não conhecer o doente e não ter possibilidade de pedir retornos e contatos telefônicos, ocorre um exagero no pedido de exames e RX, nem sempre necessários. E aí mais tempo dispendido.
O pediatra que acompanha regularmente a criança é o clínico que pode dar uma orientação contínua e pedir os exames realmente indicados.
Então como é que fica?
Oriente seu paciente para:
1) Levar ao PS nas emergências verdadeiras como falta de ar, convulsão, febre altíssima, vômitos que não param…. e no caso em que o pediatra não pode ser encontrado.
2) Assim que possível, comunique o ocorrido ao seu pediatra. Ele vai orientar a continuação do tratamento.
3) Nunca procure fazer tratamentos completos no PS, fazendo retornos frequentes com plantonistas diferentes.
 
• Pronto socorro é ótimo para cuidar de urgências.
• Não deixe de comunicar ao seu pediatra para que ele oriente a continuação do tratamento.
• Seu pediatra deve ser consultado regularmente para que ele possa cuidar da saúde (não só da doença) de seu filho.

Reflexões/Sugestões
1. Ao pediatra geral:
No ambulatório/consultório não aja como socorrista, isto é, não se limite a tratar a queixa mas seja um promotor da saúde. Indague e oriente sobre o tipo de vida de toda família (alimentação, atividade física, condições de habitação, alimentação, desenvolvimento, vacinação, hábito intestinal, problemas de comportamento. O pouco tempo disponível para a consulta não é pretexto para que as atitudes de promoção de saúde não sejam feitas de uma maneira criativa.
2. Aos serviços de Pronto Socorro
Colocar uma mensagem impressa (educativa e até de defesa profissional) no receituário:
 
Aos responsáveis pela criança
Neste Pronto Socorro foi feito um atendimento de urgência.
Comunique ao seu pediatra para que ele acompanhe o tratamento.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Geral - “O médico está bancando o sistema de saúde em Campos”, diz presidente do sindicato Folha da Manhã Online

Geral - “O médico está bancando o sistema de saúde em Campos”, diz presidente do sindicato Folha da Manhã Online

“O médico está bancando o sistema de saúde em Campos”, diz presidente do sindicato

Jhonattan Reis
Foto: Genilson Pessanha 
“O médico está bancando o sistema de saúde em Campos”, afirmou, nesta quarta-feira (8), o presidente do Sindicato dos Médicos, José Roberto Crespo, em entrevista coletiva realizada no auditório Lenício de Almeida Cordeiro, na Faculdade de Medicina de Campos (FMC), para abordar a situação da Saúde na cidade. Em estado de greve decretado em assembleia na noite anterior, os profissionais pretendem um acordo com a Prefeitura de Campos para evitar uma paralisação. Na coletiva, que começou por volta das 12h, além de José Roberto, estiveram presentes o vice-presidente do sindicato, Ezil Reis, a médica Lígia Muylaert e o clínico geral Reinaldo Tavares. O presidente do sindicato ainda afirmou que muitos profissionais estariam há quase um ano sem receber salários e que os médicos não estariam sendo priorizados pelo município.
— Eu, por exemplo, estou com salários atrasados desde novembro de 2014. Efetivamente o médico está bancando o sistema de saúde de Campos. Essa é a grande realidade. O médico acaba usando suas amizades para atender um paciente A ou B, então quem está bancando o sistema é o doutor com suas relações interpessoais. A situação é grave, pois os hospitais estão em crise e não estão repassando os recursos para os médicos. Isso está gerando uma insatisfação grande desses profissionais. Eles não estão motivados a trabalhar e vão acabar começando a abandonar seus postos de trabalho, como muitos já fizeram, o que vai gerar uma dificuldade grande no sistema. Muitos profissionais não querem mais trabalhar nesse regime de prestação de serviços. Este gera insegurança para esse profissional, que trabalha somente pelo que atende e, como está há meses sem receber salários, acaba abandonando o sistema — disse José.
O presidente do sindicato ainda afirmou: “O médico é o último a ser pago. O hospital, quando recebe dinheiro do sistema de saúde, paga seus fornecedores, funcionários, alimentação, seus consumos, mas esquece dos médicos. Esquece um mês de salários dos médicos, dois, três, quatro... Só que quem produz o serviço para pagar todos os funcionários é o doutor que está trabalhando e que não está sendo pago”, falou José Roberto, que ainda indicou que o sindicato busca uma forma de resolver o problema com o município. “O poder público, que conhece bem essa sistemática, tem que dar um salto de qualidade na cidade. Os gestores têm que colocar a saúde como prioridade e pagar os profissionais que efetivamente trabalham, que são os médicos, profissionais que dão assistência à população”, acrescentou.
08/07/2015 14:43

sexta-feira, 3 de julho de 2015

AGE DIA 07/07/2015 - 19H NA SFMC:SITUAÇÃO DOS MÉDICOS DA REDE CONVENIADA AO SUS E ATRASO NO PAGAMENTO DAS GRATIFICAÇÕES DOS MÉDICOS CEDIDOS À REDE PÚBLICA DA PMCG.

SINDICATO DOS MÉDICOS DE CAMPOS
        FILIADA À FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS
CNPJ- 30.405.708/0001-93
    SEDE: Av. Alberto Torres, 205 – Tel/Fax: 2723-2593 – 2724-2664 – 99780-2589
Blog : http://simec-simec.blogspot.com
Campos dos Goytacazes-RJ

 

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

            O Sr. Presidente do Sindicato dos Médicos de Campos dos Goytacazes, no uso das atribuições que lhe são conferidas, convoca os senhores Diretores e associados, em pleno gozo de seus direitos sindicais para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 07 de  Julho de 2015, às 19h, em primeira convocação, ou às 19h30min. em segunda convocação com qualquer número de associados no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia situado a Av. Alberto Torres, 205- altos, para a seguinte ordem do dia:
 A) Discutir a situação dos médicos prestadores de serviço ao SUS na rede conveniada;
B) Atraso no pagamento das gratificações dos médicos cedidos (Secretaria de Estado de Saúde e Ministério da Saúde) à rede publica;
C) Assuntos Gerais.

                               Campos dos Goytacazes, 03 de julho de 2015.


Jose Roberto Crespo de Souza
Presidente do SIMEC





quarta-feira, 1 de julho de 2015

O DESCASO NA SAÚDE CONTINUA!

O DESCASO NA SAÚDE CONTINUA!

Passados quatro meses do acordo firmado entre a cúpula do governo municipal e o Sindicato dos Médicos de Campos, a respeito das reivindicações dos profissionais de saúde, estamos até hoje sem as soluções prometidas. Depois de longas conversas e reuniões na secretaria de administração em que ficou definido a nova regulamentação da cessão dos servidores estaduais, vimos depois desse tempo todo sem receber suas complementações e gratificações salariais; o governo não honrou o acordo com esses profissionais, e neste ultimo mês teria a promessa de colocar em dia todos os atrasos e normalizar o pagamento, o que não ocorreu isto é, todos estão nos seus postos de trabalho cumprindo suas obrigações e o município não cumpriu as dele.
“É inacreditável como está sendo tratada a saúde em Campos, além do trabalho médico nos hospitais contratados estarem atrasados, vemos também o atraso com os servidores estaduais cedidos, desde março de 2015”.

O Simec tem procurado sempre o dialogo com o governo por isso não sabemos até que ponto estes problemas são oriundos de “erros” administrativos, pois não é admissível o que vem ocorrendo, pois estes servidores já prestam serviços ao SUS desde a sua criação, isto é há 25 anos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Feridas incuráveis na Saúde Folha da Manhã Online

Geral - Feridas incuráveis na Saúde Folha da Manhã Online

Feridas incuráveis na Saúde

Arnaldo Neto e
Rodrigo Gonçalves
Fotos: Rodrigo Silveira e
Genilson Pessanha 
Se as inspeções do Ministério Público Federal (MPF) nos hospitais do município já constataram que existe um caos na Saúde de Campos, novas feridas começaram a ficar expostas neste mês. Isso porque, em menos de dez dias, a secretaria de Saúde resolveu suspender as cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) denunciou atraso de pagamento nos hospitais conveniados da Prefeitura. Neste cenário conturbado, com mais denúncias de mau atendimento, a pedido da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva através do promotor Leandro Manhães, o juiz da 1ª Vara Cível de Campos, Ralph Machado Manhães Júnior, determinou a apresentação de documentos que comprovem o repasse de verbas do SUS e municipais para as unidades.
Os secretários de Saúde, Controle, e Fazenda, o presidente da Fundação Municipal de Saúde e a prefeita estão intimados. “Há a constatação generalizada da total deficiência dos serviços de saúde, havendo verdadeiro descaso para com as pessoas, indicando uma situação totalmente desumana. Não se pode admitir que o município possa utilizar verbas púbicas para fins de propaganda institucional ou para a realização de shows e eventos afins (...) em flagrante prejuízo para a educação e principalmente para a saúde da população”, observa o juiz Ralph Manhães em sua decisão.
O que é relatado tanto pelo juiz, quanto na ação proposta pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, através do promotor Leandro Manhães, é que há muitas ações sendo ajuizadas na Comarca de Campos nas quais se pede a prestação integral e eficiente dos serviços de saúde, como medicamentos, cirurgias, leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exames e assistência domiciliar, dentre outros.
Mas não só a Justiça está ciente dos problemas na Saúde. Há dez dias um registro de ocorrência foi feito por um deficiente visual na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), que não conseguiu uma consulta específica de emergência nas três principais unidades de cidade.
O vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Doutor Chicão, negou a falta de repasse das verbas do SUS, mas, diferente da nota da secretaria na qual era relatado que “o município cumpria sua parte na parceria com os hospitais contratualizados”, Chicão afirmou que a verba municipal está atrasada. Segundo ele, o motivo seria a queda no repasse dos royalties do petróleo. “O repasse que chega ao Fundo Municipal de Saúde oriunda do Fundo Nacional de Saúde, que é a verba federal, está em dia com os hospitais. A verba municipal é um complemento que a Prefeitura de Campos oferece aos hospitais devido à defasagem da tabela do SUS”, explicou Chicão.
Durante a semana, representantes de hospitais conveniados à Prefeitura informaram que o repasse da verba do SUS estaria em dia, mas que a municipal estava atrasada há algum tempo.
“Queda dos royalties não justifica o caos”
Desde o início do ano a queda na arrecadação dos royalties de petróleo é apontada como o principal fator para todos os problemas do município. Com o caos na saúde não é diferente. Antes de Chicão relatar à Folha na última terça-feira (9) que o atraso da complementação de verba que o município oferece aos hospitais conveniados seria pela perda da compensação, o juiz Ralph Manhães alertava que essa não poderia ser a justificativa. “A noticiada queda de arrecadação desta verba se deu recentemente, tendo, até então, o município réu recebido valores consideráveis a título de royalties, não se justificando, portanto, o caos atual da saúde”, relatou o juiz em seu despacho.
Com o orçamento de mais de R$ 2,5 bilhões de Campos no ano passado tendo sido impulsionado pela compensação feita por explorar petróleo na Bacia, como também ocorreu nos anos anteriores da atual gestão, o juiz observa ainda mau uso do dinheiro público. “Causa mais espanto ainda a falta de critério no direcionamento da verba pública, com o custeio de shows e outras atividades não necessárias em detrimento de uma das funções precípuas do ente público municipal, qual seja, prestação de serviços de saúde para a população, chegando-se a construir um sambódromo para abrigar tais eventos, o que destoa radicalmente das necessidades básicas dos mais necessitados”, salientou Ralph Manhães.
Câmara debate “diagnósticos distintos”
Antes das novas feridas expostas nesta semana, a Saúde de Campos foi examinada durante audiência pública realizada na quarta-feira, 3 de junho, na Câmara. Gestores e vereadores ligados ao governo apontaram progresso, sem a necessidade de grandes intervenções. Já a oposição afirmou que “a Saúde está na UTI”.
Na ocasião, Chicão apresentou uma espécie de “Raio X” da Saúde. “Problemas sempre vão existir, mas os avanços são nítidos e podemos comprovar”, disse Chicão, ressaltando que “problemas com a área da Saúde até o Barack Obama enfrenta”.
A audiência ocorreu após o Ministério Público Federal (MPF) constatar falta de estrutura física, medicamentos e ausência de médicos em unidades do município, além de remédios com data de validade vencida. Após a inspeção do MPF, os problemas não diminuíram. No Hospital Geral de Guarus (HGG), por exemplo, usuários seguem relatando problemas, inclusive com o chamado “plantão de caos”, com apenas um clínico geral, sem pediatra, remédios na farmácia, além do aparelho de raio-X quebrado na sexta-feira passada.
14/06/2015 11:00