terça-feira, 12 de junho de 2012

Protestos e paralisações marcam indignação dos médicos contra MP 568/2012


Por: Taciana Giesel/Imprensa FENAM
Médicos federais de todas as regiões do país paralisaram as atividades nesta terça-feira (12), contra a MP 568/2012. Entre os estados que optaram pela paralisação estão a Bahia, Pernambuco, Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pará. No Amazonas, Rio de Janeiro e em Minas Gerais as paralisações foram feitas em datas anteriores. Nos outros estados, manifestações públicas foram realizadas. Os protestos reivindicam a revisão da medida que dobra a jornada de trabalho dos profissionais, sem acréscimo de vencimentos, reduz os salários em até 50% e fixa os valores pagos por insalubridade e periculosidade. A orientação da paralisação foi da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e os protestos foram organizados pelos sindicatos, conselhos e associações regionais.
A capital do país foi uma que optou pela paralisação. Aproximadamente 100 médicos, juntamente com servidores técnicos administrativos da Universidade de Brasília, estiveram presentes em ato público realizado no Hospital Universitário da cidade. Na Paraíba, mais de 100 médicos saíram em Caminhada ao som de “Tempos Perdidos” de Legião Urbana e de Geraldo Vandré com ” Caminhando”. “Fizemos mais de 800m de caminhada e realizamos um ato público em frente a Assembleia Legislativa em pleno sol, contamos com apoio dos companheiros do SINTESPB e da ADUFPB,” relatou o presidente do sindicato, Tarcísio Campos.
Já no Maranhão, os médicos do estado paralisaram suas atividades e se concentraram na Praça Deodoro no centro de São Luís. Houve interação com o público, entrevistas e carro de som para os colegas manifestarem sua indignação contra a MP. Em São Paulo, foram soltos 5 mil balões negros em sinal de luto contra a tentativa de prejuízos aos atuais servidores e aos aposentados.
No Paraná, os médicos se vestiram de luto e usaram narizes de palhaço brancos em alusão à medicina e à paz. Cerca de 300 médicos participaram da passeata que também teve participação dos médicos veterinários da UFPR, dos estudantes de medicina e de servidores técnicos administrativos que estão em greve desde esta segunda-feira (11).

Relatório
A data da paralisação coincidia com a votação da admissibilidade da medida na Comissão Mista do Congresso Nacional. Entretanto, a reunião da Comissão foi cancelada pouco antes do seu início e transferida para a próxima quarta-feira (13), às 14 horas. De acordo com a assessoria da liderança do Senado Federal, o texto do relatório ainda não foi finalizado pela equipe técnica apesar de seu teor já estar bem definido.
Após paralisações, Governo decide não alterar salários
Após as paralisações e protestos nacionais dos médicos contra a MP 568/2012, o governo deu sinais que irá corrigir a medida, editada no dia 14 de maio. De acordo com reportagem da Folha.com , desta terça-feira (12), a ministra de Relações Institucionais Ideli Salvatti “disse que houve um “erro” na edição da medida que provocou a redução, que será corrigido durante a tramitação na Câmara e no Senado.”
Segundo a reportagem, assinada pela jornalista Gabriela Guerreiro, o senador Eduardo Braga, relator da MP na Comissão Mista, apresentará uma emenda criando uma tabela remuneratória exclusiva para os médicos, “que acabaria com a redução dos vencimentos. ” Ele explicou ainda, que os médicos poderão manter jornadas duplas, com dois vínculos de 20/horas/semanais, com a preservação da Lei 9.436/97.
As entidades médicas têm expectativa de que os artigos que prejudicam a categoria sejam retirados. “Fizemos mobilizações nacionais, dialogamos com os deputados e senadores e temos expectativa que o parecer do senador irá contemplar a nossa reivindicação,” informou o presidente da FENAM.
A equipe da FENAM TV acompanhou o movimento em Brasília, Confira!

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