Centro de Terapia com problema
Suzy Monteiro
Foto: Rodrigo Silveira
Foto: Rodrigo Silveira
Chefe até a última quarta-feira (17) do Centro de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Campos, o médico Manoel Corraes rebateu, na quinta-feira (18), as informações do provedor Benedito Marques de que a substituição da empresa que atuava no setor seria para melhorias no serviço. O médico disse que há mais de um ano problemas com falta de material e condições que comprometeriam inclusive a saúde dos pacientes estão sendo denunciados a órgãos como Conselho Regional de Medicina, Secretaria de Saúde e já resultaram em investigações por parte dos ministérios públicos do Trabalho e Estadual. O provedor Benedito Marques afirmou que os problemas estão sendo sanados, “muitos já foram” e garante: “O tratamento dos pacientes está assegurado”.
Entre as deficiências denunciadas pelos médicos do CTI estavam aparelhos Ecocardiograma e de ultrassonografia que não subiam para as unidades de terapia intensiva, assim como Raio X que não estaria disponível durante plantão noturno. Outro problema diz respeito à falta de atendimento a solicitações de exames laboratoriais, além de falta de medicamentos básicos e complexos e o aparelho tomógrafo com defeito na ocasião da denúncia — 11 de agosto de 2014.
Essas questões constam de ofício enviado pela empresa à Provedoria da Santa Casa, onde estão relatadas, também, deficiências no setor de Cirurgia Cardíaca e Hemodinâmica. De acordo com o documento, havia falta de insumos necessários para realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos: “não há no hospital por várias semanas stents, próteses valvares, marcapassos provisórios, marcapassos definitivos, oxigenadores, entre outros.
— Por conta disso, por nossa responsabilidade com os pacientes e depois de vários pedidos à Provedoria decidimos suspender os atendimentos. A solução da Provedoria foi nos demitir — relatou o médico, acompanhado de um dos advogados que atendem o grupo de 23 profissionais que foi desligado da Santa Casa no último dia 17.
Oficio semelhante foi encaminhado à secretaria municipal de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina (Cremerj). A prefeitura realizou auditoria no hospital nos dias 31 de julho, 1º e 9 de agosto, no qual constatou, por exemplo, que o serviço de radiologia não está disponível 24 horas, apenas de segunda à sexta-feira de 7h às 19h e nos finais de semana até 12h. Também, segundo o relatório da auditoria, havia falta de medicamentos básicos, faltavam insumos para todos os pacientes e havia quatro respiradores quebrados no corredor da UTI, aguardando manutenção.
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