Fenam aponta falhas na Saúde de Campos
Dulcides Netto
Foto: Rodrigo Silveira
Foto: Rodrigo Silveira
Após percorrer centenas de hospitais no Brasil, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira Filho, após visita ao Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, constatou que pacientes estão internados pelos corredores, os salários dos médicos estão defasados se comparados ao piso salarial e o atendimento do paciente à unidade de saúde é demorado. Além disso, o presidente declarou que a população da cidade está prejudicada sem o Programa Saúde da Família (PSF), extinto em 2008. O presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, disse que já solicitou reuniões e audiência pública com a Prefeitura e a secretaria de Saúde, porém não houve retorno.
Segundo Geraldo Ferreira Filho, a população de Campos tem o direito de estar insatisfeita com a saúde ofertada pelo município, já que logo na entrada do HFM, os pacientes são fragilizados por serem atendidos em corredores. Além disso, segundo ele, os salários estão abaixo do piso salarial nacional dos médicos, estipulado pela Fenam, que é de R$ 10,9 mil. No município, incluindo as gratificações, os profissionais recebem R$ 3,5 mil e os que atuam num pronto socorro, por exemplo, recebem até R$ 7,5 mil.
— O responsável do HFM informou que havia cerca de 60 a 70 pacientes internados pelos corredores da unidade, e atualmente o número caiu para 15. Mas isso não deve ocorrer, porque viola os direitos da população. Outro questionamento é sobre a Unidade Intermediária (U.I.), que nos outros hospitais é um setor onde os pacientes são levados, quando não há vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em Campos, ocorre o contrário, os pacientes são levados para a U.I. após saírem da UTI, quando estão em recuperação, e ainda não podem ir para os quartos. Não vejo sentido. Na unidade também, no corredor da UTI, há outros pacientes sendo atendidos à espera de uma vaga no setor — relatou o presidente da Fenam, destacando que a ausência do PSF é ruim para o município e que o HFM pode ter progresso no futuro, se aumentar o número de leitos e realizar concurso público.
Também participaram da reunião, no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia, na Faculdade de Medicina de Campos, o vice-presidente do Fenam e presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Otho Batista, e o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed), Jorge Darze. “Para solucionar os problemas encontrados no hospital, estamos aguardando resposta da Prefeitura para uma reunião com o sindicato e uma audiência pública, que pode ser realizada dentro de 60 dias”, disse o presidente do Simec, José Roberto Crespo.
A equipe de reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa do HFM, mas não obteve retorno.
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