Médicos plantonistas do HFM e do HGG estão em estado de greve
Denúncia foi levada pelos plantonistas dos respectivos hospitais ao Sindicato dos Médicos de Campos
Em repúdio ao corte nos salários, efetuado pela Prefeitura de Campos, neste mês, sem qualquer aviso prévio ou justificativa convincente, médicos plantonistas do Hospital Ferreira Machado (HFM) e do Hospital de Guarus (HGG) estão em estado de greve. A única explicação dada pelo governo municipal para justificar os cortes foi que os profissionais estariam recebendo além do teto estabelecido para o salário da prefeita.
A denúncia foi levada pelos plantonistas dos respectivos hospitais ao Sindicato dos Médicos de Campos (Simec). Ao analisar a situação, chegou-se à conclusão de que todos os profissionais que tiveram parte do pagamento cortado são detentores de duas matrículas e que, portanto, recebem dois salários distintos, que somados ultrapassaram o valor líquido pago mensalmente à prefeita.
"É direito dos médicos ter duas matrículas. Isso tem que ser levado em consideração. Estão usando subterfúgio para dizer que os profissionais estão ganhando mais que a prefeita. Outra coisa que deve ser destacada é que mesmo somando os dois salários de cada um deles, só ganharam mais do que a prefeita porque fizeram substituições e plantões extras, se dispondo a trabalhar mais porque têm necessidades. E além disso, recebem uma gratificação oferecida desde o ano passado pela própria prefeitura", defendeu o presidente do Simec, José Roberto Crespo.
Os cortes só foram descobertos quando os médicos receberam os contracheques deste mês, nesta semana. Num dos casos, o funcionário recebeu R$ 3.379,75 a menos. Houve o corte de R$ 1.023,75 no salário de uma matrícula e outro corte de R$ 2.356 no segundo vínculo.
"Trata-se de cortes indevidos, que geram revolta. Isso pode até gerar uma crise no setor. Municípios como São João da Barra estão com concurso público em andamento oferecendo salários base de até R$ 6.657,87 aos médicos. Enquanto em Campos, o salário base é de R$ 3.640,12. Não é difícil imaginar o que irá acontecer. Perderemos os melhores médicos para outras cidades, correndo o risco até de que determinadas especialidades fiquem descobertas", atentou o vice-presidente do Simec, Ézil Reis, destacando que governo municipal deveria incorporar aos salários os valores pagos hoje como gratificação.
Reunião — O Simec está convocando os médicos que foram alvos dos cortes salariais a participar de uma reunião, na próxima segunda-feira (2), às 19h, no auditório do Sindicato Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC), nos altos da Faculdade de Medicina de Campos (FMC), para ouvi-los e debater o assunto, em busca de solução para o problema. A diretoria do Sindicato frisou que representantes da Fundação Municipal de Saúde ou da própria administração municipal podem se sentir à vontade para participar do encontro.
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