Financiamento da saúde
Brasil investe pouco
Mais recursos
garantiriam melhores condições de trabalho e de assistência para atender
demandas de profissionais e pacientes
Relatório elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que
países com mais médicos por grupo de mil habitantes são conhecidos também pela maior
participação do Estado no financiamento da saúde. Os dados, analisados sob a
ótica da demografia médica e dos recursos públicos aplicados na saúde,
evidenciam que onde o setor público investe proporcionalmente mais que o privado,
há a tendência de melhores resultados em indicadores como o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), expectativa de vida e taxas de mortalidade.
Para justificar a abertura de
mais cursos de medicina, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tem afirmado
que o Brasil tem a menor proporção de médicos dentre os países com sistemas universais
de saúde. Ele alega, como exemplo, que a razão de médicos por mil habitantes no
Brasil (1,95) é menor que a encontrada na Espanha (3,71) e Portugal (3,76).
Contudo, não cita a frágil condição do financiamento público do país no cenário
internacional.
Ao comparar a situação do Brasil
com nações de diferentes perfis socioeconômicos, é possível verificar que,
enquanto o investimento público per capita em saúde é de US$ 401 no Brasil, países
como Argentina, Espanha e Portugal
chegam a investir quase seis vezes este valor. O mesmo acontece quando
analisado o peso percentual dos investimentos públicos contra os do setor
privado.
“Os gestores simplificaram a
complexidade da assistência à máxima de que ‘faltam médicos no país. Porém, não
levam em consideração aspectos como a falta de infraestrutura física, de
políticas de trabalho eficientes, profissionais
de saúde e, principalmente, de um financiamento comprometido com o futuro do
Sistema Único de Saúde”, avalia Roberto d’Avila, presidente do CFM.
Em seu entender, é preciso pensar em mudanças estruturais no sistema.
“Grande parte das dificuldades do SUS passa pelo subfinanciamento, pela falta
de uma política eficaz de presença do Estado, de atração e de valorização dos
profissionais de saúde”, afirma.
Compare, abaixo, os indicadores do Brasil e de outros países com
sistema universal de saúde:
Falta de estrutura prejudica assistência
Uma prova de que a oferta de médicos é apenas um dentre os diversos aspectos
para garantir a assistência à saúde pode ser verificada nos bancos de dados do
próprio Ministério da Saúde.
De acordo com o órgão, apenas 34% da população do Distrito Federal e
dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, por exemplo, tem
cobertura das equipes do programa Saúde da Família.
O curioso, no entanto, é que
estes mesmos estados possuem a razão médico por habitante acima da média
nacional (1,95), com cerca de 120 mil profissionais médicos atuando em estabelecimentos
públicos.
Fonte: Jornal Medicina
Um comentário:
Em Campos, a Senhora secretária fiel escudeira do casal 20, resolveu cortar o PSD de profissionais da área de saúde para bancar o povo da REDA. A partir de Outubro vamos ficar de pires na mão, como se não bastasse o 5%.
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