Dívida da Prefeitura pode parar home care
Suzy Monteiro
Foto: Silésio Corrêa
Foto: Silésio Corrêa
A médica e empresária Sara Evelin Navega Ferraz, dona da empresa “Nutrindo” concedeu entrevista coletiva na sexta-feira (12). Ela foi presa na madrugada de quarta-feira (10), após 13 parentes dos beneficiários protocolarem denúncia no Ministério Público Estadual (MPE) alegando que os serviços seriam suspensos devido ao atraso no repasse da Prefeitura de Campos. E disse ter medo de ser presa novamente, uma vez que a empresa não tem condições de se manter em função da dívida de R$ 7 milhões, segundo falou, que a prefeitura tem com a empresa. Sara disse que a empresa pode fechar suas portas em 2015.
Sara Evelin afirmou que se sentiu muito agredida pelo órgão que deveria resguardar o trabalho que é desenvolvido pela empresa e que “adotou uma atitude extremamente truculenta e arbitrária”. A médica disse que, com a entrevista, estava apelando à imprensa e a população e a qualquer pessoa com senso crítico para avaliar e julgar a situação.
— Fui abordada de uma forma extremamente truculenta e ostensiva pelo promotor de Justiça. Não sabia que os técnicos que estavam fazendo assistência aos pacientes haviam paralisado. Não acreditei. Na verdade, eles se reuniram em assembleia no dia anterior, são em número de 300, foram 22 técnicos que compareceram à assembleia e decidiram pela paralisação. Foi então que a presidente da cooperativa me comunicou que eles iriam parar, e que parariam por falta de pagamento. Falei que o atraso era de 20, 23 dias Ela disse que havia insegurança por parte dos técnicos pela falta de pagamento e eles estavam querendo parar — afirma, acrescentando que, mesmo sem acreditar que haveria paralisação, comunicou o fato ao secretário de Saúde.
Ela contou que por volta das 20h30, estava na academia de seu prédio, quando seus filhos (um menor e uma de 22 anos) foram abordados por uma policial civil, armada, junto com a delegada, informando que eles precisariam entregar uma intimação. A filha perguntou se poderia assinar, mas foi negado. Ela disse que os filhos, apavorados, entraram em contato com ela, que ligou para a advogada para tentar entender o que estava acontecendo. A advogada foi para o prédio da médica e, ao chegar, viu o cerco formado por três viaturas e 15 policiais, além de um homem desconhecido para a advogada (que não é da cidade). Segundo a médica, ele gritava, dizendo que queria entrar em seu apartamento, que ela era uma “cretina”.
Argumentou - Na delegacia, segundo a médica, o promotor disse que ela estava enquadrada no artigo 133, abandono de incapaz pela ausência de técnico na casa de um paciente. Ela afirma que tentou argumentar que, além do técnico, existe todo um aparato multidisciplinar, formado por médicos, enfermeiros, psicólogos, equipamentos: “Tudo isso teria que ser retirado para se configurar abandono. Ele estava muito exaltado, nem olhava para mim, não aceitou nenhuma argumentação e disse que estava efetuada a prisão e que deveria ficar presa até o retorno dos técnicos. Foi uma situação arbitraria — disse, classificando como lamentável o episódio, uma vez que a prefeitura está inadimplente: “Ontem (sexta-feira, 12)estive com Dr. Chicão, ele me disse que não há recurso ainda na prefeitura para quitar o débito com a empresa... Não há interesse da empresa em retirar da Prefeitura além do serviço que ela prestou”.
A médica disse que sua situação é delicada: “Tenho muitas dívidas. Tenho a receber, comprovadamente, mais de R$ 7 milhões. Se não houver uma disposição da prefeitura em quitar essa dívida, a empresa não tem como operar.
12/12/2014 18:40 - Última atualização: 13/12/2014 11:00
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