Home care pode paralisar de vez
Suzy Monteiro
Foto: Valmir Oliveira
Foto: Valmir Oliveira
Um serviço essencial, mas ameaçado em Campos. O home care — atendimento nos moldes do hospitalar, mas realizado em casa – corre o risco de parar. A empresa Nutrindo — Nutrição e Internação Domiciliar pode fechar suas portas a partir de 2015. A informação foi passada pela proprietária, Sara Evelin Navega Ferraz, durante entrevista coletiva. Ela chegou a ser presa por abandono de incapaz após técnicos ameaçarem suspender o atendimento por estarem com salários atrasados. Segundo a empresária, o atraso se deu por uma dívida da Prefeitura de Campos com a empresa que gira em torno de R$ 7 milhões. Questionada pela Folha da Manhã, a secretaria de Saúde, por meio de sua assessoria, disse que, caso ocorra o fechamento da empresa, tomará providências para que os pacientes não fiquem sem atendimento. Informou os valores já repassados a Nutrindo, porém não confirmou o valor da dívida.
Na entrevista, a médica disse que a situação da empresa é delicada e quase insustentável:
— Tenho muitas dívidas. Tenho a receber, comprovadamente, mais de R$ 7 milhões. Se não houver uma disposição da Prefeitura em quitar essa dívida, a empresa não tem como operar. Estou vendo com minha advogada como a empresa pode interromper essa prestação de serviço. É muito material, muito medicamento, apesar de isso ser econômico para o município, se a gente não tiver o pagamento a gente não tem como começar o ano. A política da Prefeitura é fazer pequenos pagamentos. Ela não se compromete a pagar de forma a gerar um fluxo na empresa e a empresa tem uma demanda mensal – informou.
De acordo com a assessoria da secretaria de Saúde, o contrato da empresa ainda está em vigor com a Prefeitura e ainda não houve notificação oficial sobre a intenção de reincidi-lo: “Caso isso ocorra, a Prefeitura deverá ser informada com antecedência para que possa tomar as providências necessárias, de modo que os pacientes não fiquem desassistidos”. Sobre os pagamentos, a assessoria informou: “A Prefeitura pagou cerca de R$ 12 milhões à prestadora de serviços de home care, em 2013 (R$ 6.365.655,42) e em 2014 (R$ 5.352.873,30). Outros R$ 630 mil foram pagos quarta-feira (10). Nos próximos dias, deverão ser pagas outras faturas, que estão dentro do fluxo normal de recebimento e auditoria. A preocupação da Secretaria é manter a assistência integral dos pacientes”. O valor da dívida de R$ 7 milhões não foi confirmado ou negado.
Atualmente, 67 pacientes recebem atendimento através de home care. São pacientes de alta e média complexidade: Alguns com ventilação mecânica, sonda, fralda e, tem em casa, o atendimento de hospital – com aparelhagem, profissionais de saúde, cama própria.
16/12/2014 11:00
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